quinta-feira, maio 8, 2025
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CV sequestra mulher pela 2ª segunda vez e a pune com 50 chibatadas em MT

Uma mulher que havia sido resgatada pela Polícia Civil após ser torturada durante um tribunal do crime do Comando Vermelho (CV-MT) em Sorriso (420 km de Cuiabá) sofreu um novo sequestro. Na primeira ocasião, três integrantes da facção foram presos, enquanto outros dois fugiram. Mesmo com parte da quadrilha presa, o grupo voltou a agir.

Na segunda ocorrência, a vítima foi mantida em cativeiro no bairro Primavera, onde sofreu mais de 50 chibatadas. Os criminosos a obrigaram a gravar um vídeo afirmando que estava no local por vontade própria. Apesar da gravação, a Polícia Civil não acreditou na versão apresentada.

Gerente de um supermercado, a mulher buscou ajuda policial e revelou que tentou atrapalhar as investigações a mando da facção. Em razão da gravidade, a Polícia Civil e o Judiciário determinaram o acolhimento da vítima e de sua família fora de Mato Grosso.

“Forçaram ela a gravar um vídeo se retratando, acreditando que isso livraria os sequestradores que já havia sido presos. Surpreende ver que pensavam que um vídeo teria algum efeito, considerando que as provas já haviam sido produzidas. A vítima foi resgatada pela Polícia Civil e identificou os criminosos que a sequestraram para forçar a retratação. Ela veio até a delegacia e identificou quem são os criminosos que a sequestraram para forçar a retratação pelo menos parte deles. Reforçou que foi sequestrada pra ser executada. Uma coisa que a PC já sabia, porque ela foi resgatada pela Polícia Civil”, declarou o delegado Bruno França, durante coletiva.

Como o risco à integridade da mulher persistia, ela passou a ser acolhida na delegacia, enquanto a Polícia Civil solicitava ajuda do município para a transferência emergencial. “Fomos atendidos imediatamente no domingo, e a Polícia Civil conseguiu retirar essa mulher e seus familiares do Estado de Mato Grosso”, acrescentou França.

A equipe policial segue investigando os dois episódios: o primeiro sequestro, que tinha como objetivo executar a mulher, e o segundo, no qual os criminosos buscavam forçar uma retratação. “As imagens das lesões são bastante graves. A menina foi embora, mas ficou essa conta que nós vamos cobrar”, reforçou o delegado.

Bruno França também destacou que os criminosos tentaram interferir nas investigações em menos de 24 horas após as primeiras prisões. A vítima, que possui antecedentes por tráfico de drogas, usava tornozeleira eletrônica e revelou que, após ser presa e perder uma quantidade significativa de entorpecentes da facção, decidiu abandonar o crime. Começou a trabalhar no comércio e cortou os vínculos com o CV-MT, o que teria motivado a retaliação.

“Ela passou duas vezes muito perto de ser morta. No segundo sequestro, os criminosos precisavam dela viva apenas para que ela se retratasse. No primeiro sequestro, ela alegou que ao ser presa perdeu uma grande quantidade de drogas e não deu mais satisfação ao crime organizado. Após sair da prisão, começou a trabalhar e queria seguir um caminho diferente. Acreditamos que o pessoal [da facção] não gostou de ser preterido”, concluiu o delegado, citando ainda que criminosos participaram da sessão de julgamento por chamada de vídeo, direto do presídio.

As investigações seguem em andamento.

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